quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Parte III

No dia em que foste a S. Leo buscar o que faltava, pela primeira vez, acabou não dando certo e ficaste por lá.

Naquela noite eu não dormi em casa, mas é melhor deixar esta parte de fora.

Neste ponto da história eu já nem lembrava que tudo havia começado como um "Amor Bandaid", só para curar meu coração partido depois do fora que levei do Leandro.

O mesmo Leandro que te deixava irritado ao teclar comigo e enviar mensagens tarde da noite ou cedo da manhã, enquanto eu te explicava que ele agia assim porque eu participava.

Pois é...ele chegou a se arrepender do que fez, no início, mas com todos os solavancos que o relacionamento sofreu continuou meu amigo, sempre próximo. Um amor "de guardar" feito aquele brinquedo que não funciona mais mas a gente deixa ali, porque significa muito. Ficou o carinho e a amizade.

Ficou alguma coisa de nós em ti?? Tenho a sensação de que me lavaste da tua vida com Alvex...não restou nem mancha, nem cheiro.

Acabei de descobrir que ainda tens Facebook, só me bloqueaste. Não quero ver. Vá que tenha algum registro de outra mulher ao teu lado...eu não consigo ainda...não sei se conseguirei algum dia.

Na verdade só olhei porque me mostraram. Ainda estou tremendo...

Não consigo passar nem perto do Gasômetro sem que nossas lembranças pulem em cima de mim.

Nossos entardeceres tomando chimarrão e conversando (acho que nunca mais conseguirei tomar chimarrão), os passeios com a Gorda, tua mão na minha, teu braço em torno da minha cintura, o passeio no Catamarã...

Como alguma coisa pode ter gosto se não for contigo??

Eu sei que ficaste com muita raiva por me ver com outra pessoa, mas eu estava trespassada de dor. Na primeira semana, tomei uma caixa inteira de Rivotril.

Lembro muito pouco do que aconteceu. Há poucos dias reli tuas mensagens no celular e fiquei chocada. Só então comecei a entender.

Ao sair, acreditei que não havia qualquer chance de volta. Fui primeiro porque não aguentaria te ver ir.

Não sei mais sofrer assim, tão sem fronteira. Vendei os olhos e segui em frente.

Quando vi tua reação no lançamento do nosso livro, eu quis morrer, quis não acreditar no que via.

Eu te amava. Eu te amo. Talvez nunca desame.

Ás vezes penso em ir até tua porta, mas me vejo chamando em vão, agarrada às grades, enquanto o Simba, a Gorda e a Pretinha pulam em mim.

Por fim me vejo chorando e teu pai me dizendo que é melhor ir embora e não voltar, por que não queres nunca mais falar comigo.

Estou escrevendo para não enlouquecer...

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