quinta-feira, 25 de junho de 2015

Volta.
Me sinto vazia
sem tua vigia
zelosamente silenciosa.

Vela meu sono
e ilumina meus pensamentos
sombrios.

Apaga
de mim
este frio.

De longe
tão abrigo
que me obriga
do nada
a sorrir sozinha
feito louca
na calçada.

Só mais um

Hoje não digo. Escrevo porque preciso. Porque transbordo em destruidora enchente se não o fizer. Mas não digo. Se disser, terei que ler. Se ler, terei que tomar ciência. 
Não. Melhor uma taça de vinho. Ou duas. Quem sabe um banho quente, no meio da noite.
Quem sabe colocar o aquecedor ao lado do sofá e relembrar o calor da fogueira no meio da floresta.
Deixar que o fogo me aqueça, longe da tua cama fria.
Deixar que a mulher selvagem me alimente antes que a falta de amor me desnutra também o corpo. Talvez depois eu levante e coma uma fruta e desfrute uma vez mais do gosto de estar viva. Aquele gosto que não encontro nos teus lábios, sabe?
Não, acho que não sabes. Ou te importarias. Ou talvez seja  nisto o que eu gostaria de acreditar.
Escrevo uma lista de possibilidades. Ajuda. Remédios.Morte. Vida.
A mão suspensa a meio caminho da boca sustenta a fruta;
A luta me sustenta meio que contrariada.
Quero mesmo não querer nada. Fechar os olhos, os ouvidos, as portas e os pulmões.
Encho os bolsos de pedras e choro o Lete. Mas não afundo; Tampouco minhas memórias.
Por fim, decido começar. Como a fruta, ligo a música, volto ao banho, reescrevo a lista...e sigo. 
Mais um dia.