Não. Melhor uma taça de vinho. Ou duas. Quem sabe um banho quente, no meio da noite.
Quem sabe colocar o aquecedor ao lado do sofá e relembrar o calor da fogueira no meio da floresta.
Deixar que o fogo me aqueça, longe da tua cama fria.
Deixar que a mulher selvagem me alimente antes que a falta de amor me desnutra também o corpo. Talvez depois eu levante e coma uma fruta e desfrute uma vez mais do gosto de estar viva. Aquele gosto que não encontro nos teus lábios, sabe?
Não, acho que não sabes. Ou te importarias. Ou talvez seja nisto o que eu gostaria de acreditar.
Escrevo uma lista de possibilidades. Ajuda. Remédios.Morte. Vida.
A mão suspensa a meio caminho da boca sustenta a fruta;
A luta me sustenta meio que contrariada.
Quero mesmo não querer nada. Fechar os olhos, os ouvidos, as portas e os pulmões.
Encho os bolsos de pedras e choro o Lete. Mas não afundo; Tampouco minhas memórias.
Por fim, decido começar. Como a fruta, ligo a música, volto ao banho, reescrevo a lista...e sigo.
Mais um dia.
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