segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

História sem fim

E finalmente o ano começa. Depois de todas as falácias de ano novo, finalmente paro e penso. Inevitavelmente, algumas coisas terminam, enquanto outras apenas mudam, mas continuam lá. Minha ansiedade mudou de endereço, junto comigo; o amor mudou de endereço, sem mim. Acho que também não foi morar contigo...
Fico escrevendo aqui, sabendo que não vais ler, querendo acreditar que talvez vá...que talvez esta seja a única ponte não queimada, muito embora te seja grata por me fazeres viúva e não, abandonada.
É mais fácil lidar com tua ausência do que com teu abandono. Me preserva um pouco...talvez te preserve também.
Tu foste um amor de sonho que tentei sonhar acordada. Meus erros, minhas culpas, minhas falhas. Até o último momento.
Sei que de nada adianta dizer que, trespassada de dor, buscando qualquer analgesia, eu já não era mais dona dos meus atos. 
Há apenas 3 dias atrás li as últimas mensagens que trocamos e fiquei chocada. Eu realmente não sabia o que estava acontecendo. Já havia nos velado e aguardava apenas a cremação, como algo certo. Não tinha coragem de te enfrentar a sós no lançamento. Temia fantasmas. Não os sabia vivos...
Pelo que te conheço bem sei que jamais terei perdão.
Pelo que me conheço, idem.
Triste infinito fim.
 

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