sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Preto e branco

Minha morte é branca,
alva como a folha,
alvejada no Lettes,
alvejando meu peito,
seco, do leite branco
que um dia foi vida.

Minha morte é branca
como a memória dos velhos
que esqueceram tudo...
até de morrer,
e ninguém os avisou
que já  partiram, em vida.

Minha morte é branca
como papel não reciclado,
virgem das palavras
que gestam a vida.

Minha morte é branca
porque o branco
nada absorve
tudo reflete,
 nada aprende.

Minha vida é negra
pois tudo absorve,
digere, gera
e aprende
até que degenere,
e encontre
o apagamento
 da morte.














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