sábado, 27 de julho de 2013

Depois do fim que não há

E então começamos o pós-último-capítulo.  Podemos começar pelo desequilíbrio de hormônios, que leva ao desequilíbrio do humor, mas há uma alegada falta de senso de humor nela então, talvez seja melhor optar pelo tema  falha do regulador de humor dele, que leva a um desequilíbrio do amor, do bom senso e até da paciência dos dois. Mas talvez seja melhor começar pelos desequilíbrios bipolares, depressões, múltiplas pressões diárias que conduzem a discussões sem sentido, de onde invariavelmente, um dos dois sai sentido.

Mas onde foram parar as piadas bobas que preenchiam os diálogos no Skype até às três da manhã? Devem ter ido para a balada, em parceria com as promessas de passeios infindáveis e noitadas intermináveis.

De fininho, a tv entrou na sala e na vida do casal. No começo eram apenas os filmes românticos, seguidos pelos interessantíssimos documentários comentados. Mas de repente, um dia, sem qualquer aviso prévio, a novela foi convidada a participar do jantar. À partir deste dia, o silêncio dialógico passou a morar na sala.

Neste ponto, ela notou que o apartamento começava a ficar pequeno para tanta gente. Embora alguns partissem, inclusive alguns que fariam muita falta, como o Sr. Diálogo, outros tomavam rapidamente o lugar desocupado.

Foi assim que chegaram, de mala e cuia, em momento indubitavelmente  inoportuno, o Sr. Ciúme e a Sra. Insegurança, que tiveram que dividir o quarto deixado vago pela Sra. Libido.

Até o dia em que ela cansou de servir tantos hóspedes bicões, convidou o Sr diálogo para um chá e,com a ajuda de sua sabedoria plácida, expulsou todos os desconvidados filões.

Só aí eles entenderam que é depois do "...e foram felizes para sempre"  que a gente descobre a impossibilidade de ser feliz sempre. Ontem ela estava de TPM, hoje ele está de mal humor...mas no fim os dois aprendem que não há fim, se há amor para manter a roda desta hospedaria maluca girando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário