sábado, 7 de setembro de 2013

Como disse?

O que acontece afinal? Será alucinação? Um sonho? Não ouço quase nada! Minha audição! O que acontece? Mal escuto minha própria voz! Mas o que é isso? Estou sozinho em casa, ainda acordando e tentando acreditar que isso esteja acontecendo comigo. Surdez? Na minha idade? Mas talvez, apenas esteja sonhando. Sabes aqueles sonhos dentro do sonho? Deve ser isso. Estou ainda dormindo sonhando que já acordei e não consigo escutar quase nada, e nesse momento, sonho que acordo, mas continuo dormindo e ainda surdo. Wow! Mindtrick!

Não deve ser isso, é muito real para ser sonho. E muito mais real ainda para serem aqueles malditos sonhos dentro de outro. Merd! Assumo então que estou surdo? Admito de pronto? Já sei, ligo agorinha para o convênio e marco um otorrino... Raios! Sempre tenho que lembrar de ornitorrinco para lembrar de otorrino, êita inconsciente maleva! Mas...não teria como mesmo. Ligar para o ornitorrinco, digo, otorrino, que jeito se não escuto?
Tenho que usar melhor a cabeça! Pensar com lógica! Lembrar que agora é uma cabeça sem ouvidos... Pense rapaz! Pense!

Não posso e não devo continuar com esse autoengano, autoengodo auto... Diacho! Nada está “auto”, agora está tudo baixo. Baixíssimo! Inaudível! Mas tentar convencer a si próprio que isso aconteceu do nada, não. Não mesmo! Não é de hoje que venho escutando cada vez menos, dia a dia cada vez menos. Uma hora iria estourar, oras! Estourar... como se fosse possível de acontecer... Mesmo que acontecesse, não iria ouvir mesmo.
Porque tapei o astro rei com a peneira? Porque não escutei a voz da minha consciência? Escutar... escutar? Isso dará boas piadas em algum texto, talvez. Mas não tenho tempo mesmo para escrever, ora pois. Pri-o-ri-da-de agora! Uma solução! Pense moleque! Pense!

Sintomas ignorados por meses, os intermináveis:
-Hã?
-Que disse?
- Hei! Volta a fita, não escutei o que o Norman disse pra mamãe dele!

Estava na cara! Se encontro-me nesse estado, foi por protelar e protelar, até essa manhã fatídica! Imagine! Talvez eu nem possa mais degustar a sonoridade da palavra “fatídica”. Estou assustado. É fato!
Jesus! Terei eu de usar aqueles aparelhos para surdez? Aqueles cor de carne, imensos e que ficam presos na orelha e sempre desviam o olhar de seu interlocutor direto para seu pavilhão cartilaginoso auditivo e de lá não voltam mais para seus olhos? Pôxa! Além de feiosos, esses gadgets ornamentais, devem custar os olhos da cara! Um pouco de sorte, imagine se custassem os ouvidos? Pendurar aquilo onde? Minha esperança é que tenha pelo menos a opção de troca de capinhas, por outras cores sabe? Como os relógios Champion, com uma cartela de cores, todas bem New Wave... Tomara! Tomara!

Chega de se lamentar! Mesmo não tendo tempo, vou tomar uma atitude! Não posso ficar sem escutar, sem ouvir! Imagina! Não tenho dinheiro para um aparelho troca capinha e muito menos para consultar como ornitorrinco!
Preciso da minha audição de volta! Agora basta! Parto agora mesmo para o barbeiro mando cortar essa cabeleira e finalmente voltarei a escutar!

Cabelo cobrindo a orelha, minha gente, não dá mesmo!

Eleagaesse

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