sábado, 14 de dezembro de 2013

Promoção

Não. Melhor mesmo seria nem começar a escrever. Mas é sempre hemorrágico. Inestancável. Diferente das palavras que saem da garganta, que qualquer amigdalite vulgar cala, as que fluem das mãos gritam, naquele tom que minha voz nunca alcançará.

Não, eu não entendo. Estou criança confusa que vai de castigo e nem sabe que dia é hoje.

Eu queria aquele brinquedo um tanto estranho, diferente, que as outras crianças estavam até fazendo pouco caso. Mas ele me encantava de um jeito único. Seu funcionamento era algo que me deslumbrava. Imprevisível e caótico.

Aí vem Papai Noel, com o a última versão daquele boneco que imita o mocinho daquele filme que todas as menininhas estão se esfalfando para merecer.

Eu desembrulho eufórica, e estanco pálida. Antes a maldita esperança jamais tivesse deixado a caixa de Pandora.

Amaldiçôo o natal.

Choro.

Juro nunca mais acreditar no Noel ou em qualquer outro homem.

E durmo a criança mais infeliz do mundo.

Meu brinquedo? Jaz na prateleira, esperando a promoção pós-natalina.

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