segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sentimente-se

"Entre a dor e o nada, prefira a dor." Esta frase de William Falkner me veio à cabeça ontem, quando assistia Divertida Mente, no cinema. Demorei muitos anos (muitos mesmo) para entender o que era sentir algo. Sem muitas referências de afeto ou vínculo, concluí ainda na infância que o mais seguro era ficar distante. Ninguém te magoa se não permitires. Se não sentes falta de ninguém, não te sentirás sozinho.
Ok, Funcionou por um bom tempo. Cresci independente e decidida, sabendo que não podia contar com mais ninguém. Até que um dia...
É, a questão é que sempre tem "um dia"! Sei lá por que. Se estava distraída, ou se meu plano tinha prazo de validade...mas embora "um dia" não seja dia da semana, ele sempre chega.
Pois é, um dia chegou alguma coisa que fazia cocegas por dentro. Uma Alegria sonolenta, acordada de surpresa por alguém que até já perdeu a importância que um dia teve, muito embora tenha tido muita, antes de ir embora. Alguém que, antes mesmo de ir embora, já tinha acordado outras coisinhas sonolentas que ibernavam tranquilamente em mim.
Tinha esta senhora de pijama azul, acima do peso, olhos pesados e olhar pesaroso, que já acordou me puxando para baixo. Demoramos um bocado a nos entender. Demorei outra pessoa para aprender que gostava desta velha senhora tanto quanto da tal de Alegria cosquenta.
Hoje entendo que a delícia está no sentir. Tudo. De preferência com toda intensidade possível.
Me delicio com uma e com outra até me fartar. Hoje, a única coisa que me entristece, aborrece e esvazia e a falta de intensidades. DefinitivaMente.

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