quinta-feira, 23 de abril de 2015

Por hoje

     Sentada no chão frio do quarto, acompanhada apenas do silêncio, quase desespero. Penso em tudo o que deveria ser, mas não é. E que nunca foi além da minha espera. E talvez nunca vá. Choro. Desesperanceio todos os anseios.
     De repente lembro do que ainda é. Busco e encontro. Me acompanho do afeto que se faz presença mesmo na distância.  Apazíguo minha ansiedade faminta nas palavras que abraçam e beijam. Me aninho. Lembro, sinto, temo...tremo, penso, não decido, não desisto, mas não choro mais. Não choro mais, não desespero mais, não esfrio mais, não esquento mais. Entendo que nada à minha volta é mais...tudo é menos do que deveria ser, mas não volto. Fico. Fincada feito árvore neste faz-de-conta finjo não saber que a conta será alta. Voo baixo. Acho  que esqueci como usar minhas asas. Queria tanto um chão sob meus pés que abri mão das coisas que tem no céu e fechei os olhos...e fechei as asas.
     Olho para a porta aberta e não entendo por que não a ultrapasso. Meus passos seguem teimosos na direção escolhida. Me encolho um pouco mais para caber na nova história. Agradeço o apoio e me aparto acovardada, com medo de novas partidas.
     De mão dadas, a solidão e o silêncio me acompanham ao banho.
     Lavo todas as dúvidas, por hoje, menos uma: ler, escrever, ou dormir?  
     Findo e lido...boa noite!
 

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