quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Motivo

Os gritos presos no peito se expandem e quase me sufocam. As palavras escorrem numa corrente contínua, que se perde em fugas de tensão.


Sem teu toque para lavrá-la e semear as sensações, minha pele está ficando árida. Me assusta a ideia de que possa ficar estéril com a ausência prolongada de tuas mãos.

Minha boca, que recebia a tua como a noite que se abre para receber o sol da manhã, jaz na escuridão.

Teu cheiro esfria em mim, enquanto varro, faminta,  tua pele adormecida em busca de qualquer migalha de satisfação.

Nossos corpos parecem reter cargas iguais, a se repelirem mutuamente.

Em mim, o "Por quê?";

Na tua boca o"Talvez";

No teu gesto o "Não";


Por quê???????????????


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