Os gritos presos no peito se expandem e quase me sufocam. As palavras escorrem numa corrente contínua, que se perde em fugas de tensão.
Sem teu toque para lavrá-la e semear as sensações, minha pele está ficando árida. Me assusta a ideia de que possa ficar estéril com a ausência prolongada de tuas mãos.
Minha boca, que recebia a tua como a noite que se abre para receber o sol da manhã, jaz na escuridão.
Teu cheiro esfria em mim, enquanto varro, faminta, tua pele adormecida em busca de qualquer migalha de satisfação.
Nossos corpos parecem reter cargas iguais, a se repelirem mutuamente.
Em mim, o "Por quê?";
Na tua boca o"Talvez";
No teu gesto o "Não";
Por quê???????????????
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
A outra
Hoje descobri que uma outra dorme em mim e, tal qual a Cuca do Sítio do Pica-pau Amarelo, ela acorda a cada sete anos. Ela é uma Eva. E legítima: melosa, carente, grudenta e perigosa. Descobri que ela pode ter sido a assassina de todos os meus relacionamentos, com seu cruel método de sufocamento. Uma serial killer de frágeis desavisados.
E o que a torna ainda mais perigosa é a impressionante semelhança física entre nós.
Mas observe bem que eu disse FÍSICA. E só. Por que por dentro somos infinitamente distintas.
O problema é que ela engana muito bem. É uma talentosa dissimulada. Mas não é perfeita. Basta observar as ações de cada uma para perceber diferenças gritantes.
Enquanto eu sou uma "Eu te amo, mas se quiseres ir, a porta fica à direita", ela é uma "Eu te amo, fica comigo"; eu sou "Vai sair? Leva tua chave.", e ela é "Vai onde? Volta a que horas?"; eu sou roupa acumulada na cadeira toda semana, ela é faxina no dia de folga; eu sou lasanha congelada e ela é risoto de funghi; eu sou a que te despe na cozinha e ela é a que chora no teu colo.
Ela nunca perde a paciência ou eleva o tom de voz; quando é magoada, chora. Eu sou naturalmente gritona e até um pouco mandona, e quando me magoam mando "se fuder"!
E você pode ter chegado em um "ano7 ", ou ter a intenção de ficar até o próximo...
Ah, ela também sofre de sonambulismo e, às vezes, toma o meu lugar, dormindo, num ano qualquer.
Mas uma coisa é fato: ela tem sua casinha escriturada em mim, então você pode decidir amá-la e ser feliz a cada sete anos; me amar e ser infeliz a cada sete anos; ou aprender a amar ambas e ser feliz o tempo todo por que, no fundo ambas somos perigosas, ainda que representemos ameaças muito distintas.
E o que a torna ainda mais perigosa é a impressionante semelhança física entre nós.
Mas observe bem que eu disse FÍSICA. E só. Por que por dentro somos infinitamente distintas.
O problema é que ela engana muito bem. É uma talentosa dissimulada. Mas não é perfeita. Basta observar as ações de cada uma para perceber diferenças gritantes.
Enquanto eu sou uma "Eu te amo, mas se quiseres ir, a porta fica à direita", ela é uma "Eu te amo, fica comigo"; eu sou "Vai sair? Leva tua chave.", e ela é "Vai onde? Volta a que horas?"; eu sou roupa acumulada na cadeira toda semana, ela é faxina no dia de folga; eu sou lasanha congelada e ela é risoto de funghi; eu sou a que te despe na cozinha e ela é a que chora no teu colo.
Ela nunca perde a paciência ou eleva o tom de voz; quando é magoada, chora. Eu sou naturalmente gritona e até um pouco mandona, e quando me magoam mando "se fuder"!
E você pode ter chegado em um "ano7 ", ou ter a intenção de ficar até o próximo...
Ah, ela também sofre de sonambulismo e, às vezes, toma o meu lugar, dormindo, num ano qualquer.
Mas uma coisa é fato: ela tem sua casinha escriturada em mim, então você pode decidir amá-la e ser feliz a cada sete anos; me amar e ser infeliz a cada sete anos; ou aprender a amar ambas e ser feliz o tempo todo por que, no fundo ambas somos perigosas, ainda que representemos ameaças muito distintas.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Insatisfação
Esfrio.
No tempo,
me esvazio.
Me vaio
e esvaio
sem jeito...
Por que me testo
e contesto
em busca
do amor perfeito?
No tempo,
me esvazio.
Me vaio
e esvaio
sem jeito...
Por que me testo
e contesto
em busca
do amor perfeito?
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Sem culpa
Eu me permito
poemas
de pé quebrado
sem gesso
e sem preço
que,
poema engessado,
eu não mereço!
Eu me permito
rascunhos
de rima pobre
mas de alma
nobre,
onde
o sentimento
seja tudo
o que sobre!
poemas
de pé quebrado
sem gesso
e sem preço
que,
poema engessado,
eu não mereço!
Eu me permito
rascunhos
de rima pobre
mas de alma
nobre,
onde
o sentimento
seja tudo
o que sobre!
domingo, 3 de novembro de 2013
Blindness
I
lost track
of your smell.
You
got locked
in your shell.
I
dont have
your key.
And you
cannot
see.
lost track
of your smell.
You
got locked
in your shell.
I
dont have
your key.
And you
cannot
see.
Ilusion
I see myself
kissing
your face,
your lips,
your chest,
your hips...
I see myself
sipping
your taste,
smelling your words
and reading
your skin...
But my eyes are closed
and my arms are empty.
kissing
your face,
your lips,
your chest,
your hips...
I see myself
sipping
your taste,
smelling your words
and reading
your skin...
But my eyes are closed
and my arms are empty.
9
Nov
Nov
Hora da Criança Contação de histórias contos da Emília, com Tatiane Braga dos Reis
BarraShoppingSul Horário: 16:00
|
Traga a criançada para Saraiva e viaje pelo fantástico mundo da Boneca de Pano. A Marquesa de Rabicó inventa mil histórias pelas Reinações de Narizinho, metendo-se em encrencas, do Sítio do Picapau Amarelo até o Mundo das Fadas. Tia Anastácia nem imaginava o que um pouco de pó de “pirlimpimpim” faria... Confira!
Palavras
Não sou de silêncios.
Não espere isto de mim.
A palavra que calo queima na garganta.
Sou de sentimentos sonoros.
Sempre disposta a aprender algo novo,
posso assimilar certa quantidade
de sua ausência de palavras,
mas esta é facilmente mensurável:
quando o silêncio compartilhado
ocupa o espaço inteiro
a decisão deve ser certeira -
saio
ou sufoco!
Não espere isto de mim.
A palavra que calo queima na garganta.
Sou de sentimentos sonoros.
Sempre disposta a aprender algo novo,
posso assimilar certa quantidade
de sua ausência de palavras,
mas esta é facilmente mensurável:
quando o silêncio compartilhado
ocupa o espaço inteiro
a decisão deve ser certeira -
saio
ou sufoco!
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