sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Asas

Ele entrou com seu sorriso de menino, e despiu as asas, cuidadosamente penduradas no cabideiro, já doado por falta de espaço, aguardando apenas ser retirado. Parei e dois pensamentos me ocorreram: onde ele penduraria as asas depois que o Isi levasse o cabideiro e, mais interessante, como eu nunca as havia notado , depois de ter despido-lhe a camisa tantas vezes. Pensei então em quantos outros detalhes poderiam porventura terem escapado...
     Eu vinha de uma decepção há 15 minutos, outra ha 15 meses e uma terceira há aproximadamente 15 anos...cansada de decepções...porém, capricorniana teimosa, já comprovara na prática que a desistência é um substantivo que brincou de esconder no meu dicionário e nunca mais o encontrei.
    Tentei desistir das pessoas, mas elas me encantam...da vida, mas ela não me larga, da poesia, mas ela pulsa incessantemente em minhas veias.
     Então eu sigo, por vezes trôpega, outras correndo, mas sigo sempre. Não por coragem ou resiliência, mas por não conhecer outro caminho que não seja : em frente, em direção aos anjos que vez por outra aparecem e me conduzem pela mão ou mesmo no colo, quando o corpo não não sustenta o peso do espírito. não espere que o texto tenha um fim, por que eu não tenho ideia de como ele seguirá nos próximos 30 minutos. Use sua criatividade e abuse da licença poética. faça desta história sua, mude, acrescente, fantasie...eu, pobre poeta, só sei relatar fatos.

(by Tati Reis)

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